Pausa precisa.

Escrever o tempo todo sobre o que há na essências das coisas ou dos sentimentos sempre me levou a questionar certas palavras que eu mesma já usei. Na verdade, eu escrevo o que as essências representam pra mim e torço pra que alguém se identifique com isso. Ou não.
Eu me peguei pensando na necessidade que as pessoas acabam desenvolvendo umas das outras. Pra mim, no entanto, essa necessidade é clara.  Minhas necessidade são claras (reparem que em nenhum momento eu disse que elas fazem sentido).
Eu vejo como as pessoas expressam essas necessidades e acho muito chinfrim. Concordo que abuso das coisas chinfrins aqui, mas vale a pena.
Quando se trata de precisar de alguém porque se ama, é sempre igual:

 - Preciso de você como preciso do ar que invade meus pulmões e ao percorrer o meu corpo me dá a sensação de vigor.
 - Preciso de você como preciso da pulsação do meu peito que me avisa: estou viva!
 - Preciso de você como preciso dessa supervalorização da sua existência, porque, sem você eu nem sei se estaria aqui (por acaso, lhe escrevendo.)

No fim das contas, a sua vida depende da vida do outro. E você não se importa de ser submisso assim.

- Eu preciso de você na medida em que lhe procuro e é assim que eu mostro que preciso. Considerando que eu o procuro por muitas vezes, acho que você entendeu o recado.

Surge, então, os motivos dessa necessidade:

 - Preciso de você porque você me alegra.
 - Preciso de você porque você é a luz da minha vida.
 - Preciso de você porque te amo.


- Eu preciso de você porque preciso. E essa razão se esgota em si mesma.

Você entendeu que todas as razões e comparações feitas cabem a nós. Sabe também que eu nunca vou escrever nada imparcial. Não agora.

Depois de toda essa divagação, eu entendi que é assim mesmo.
Precisar do outro por isso que eu julguei banal é possivelmente a maneira mais sincera do outro demonstrar um sentimento, uma vontade, um querer. Precisar do outro porque o outro faz sua vida melhorar ou a transforma consegue ser tão bonito quanto dominar a manha de escrever isso em palavras rebuscadas.
No fim, quando se gosta, só o que importa é que se saiba. E diga.

1 comentários:

Ananda Sampaio disse...

no filme As horas - essa questão de vivermos mais pelos outros do q por nós mesmos é bem pertinente.Nos agarramos e precisamos tanto dos outros que a morte nos assusta - simplesmente porque é uma possibilidade de separação (definitiva?) e sempre que o assunto é o amor pelo o outro são poucos os grandes mestres que conseguem escrever sobre isso sem ser piegas ou chifrins! =*

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