Acorda, amor.

Havia muita claridade naquele quarto. Os olhos estavam mais pesados que o de costume. 
Ficar ali, horizontal, seria mais simples.
Quando os pés pressionaram o chão, foi preciso mais força pra não cair. Então, pausei.
Fitei as paredes e me perguntei qual a razão do cotidiano se iniciar com tanta dificuldade hoje.
Olhei os papéis ao redor, os lençóis mais bagunçados que o normal, o travesseiro recém afastado dos meus braços...
Ainda hesitando, levantei e fui ao espelho. Lá entendi o que acontecera. 
Meus olhos, a cama, os papéis, o travesseiro...
Peguei no sono em algum momento da madrugada. Exausta do sentimento de indiferença, dormi.
Amanheci a mesma. Menos consciente. Mais exausta.


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