Vem cá...

Eu quero o lírico.
O meu, o eu, o teu...
Eu quero o etílico. (Ainda que este não me sacie)
Eu vou invadir tuas esquinas, tua blusa, tua calça...
Você que me aprecia na surdina vai me querer de graça!
Quando você resolver se entregar, eu vou cruzar a avenida e deixar meu bloco trasceder.
Dessa vez serei eu.
Por enquanto, é você.
Eu vou querer os teus sentidos.
Eu já os quero, vem cá...
No cantinho do meu olho, você vai ficar.
Poetas verdadeiros escreverão sobre nós dois.
Sobre como o teu amor é verdadeiro, sobre como eu te deixo pra depois...
Poetas, não eu.
E as palavras seguem se repetindo...
Agora eu grito, Venha cá!
Até tua blusa e esquinas serem minhas...
No cantinho do meu olho, você vai empoeirar ;)
Furtei as horas pra te deixar dormir um pouco mais...
Ouvi o ruído das estrelas, enquanto morava no teu silêncio...
Droguei-me no pouco que foste, alimentando-me dos beijos teus...
Agora, te julgas feliz e dizes por aí que jamais fora.
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Sê feliz, meu querido, como não pude fazer-te.
Espero lembrar-te com um imenso carinho, pra sempre.