Velha mania.

Você tem andado bem ausente.
Às vezes, eu até tento lembrar seu cheiro.
É inútil, claro, mas eu tento mesmo assim.

Nem sei se ele ainda é o mesmo.
Que diferença faz?

Nem sei se você é o mesmo.

Talvez o seu gosto tenha mudado.
E o perfume também.

E se o seu gosto tiver mudado, você também deve estar diferente.
É... deve ser.
Que diferença faz?

Só queria arrancar você do meu peito e lhe guardar nessas palavras.

Na verdade, eu não quero lhe arrancar de nada.
Nem lhe guardar em lugar algum.
Você está bem, aqui.



Como dizer não?

Procura-se placa para promover desconforto.
Tinta vermelha para chamar a atenção do público não pagante.
Localização apropriada (uma avenida bem movimentada, por exemplo).

Você.

Talvez eu não deva lhe chamar tão cedo.
Ou tão tarde.

"Não"

...

Passando pela avenida, você vai encontrar: "não".
Irá reconhecer que é meu.
Isso basta.

Esse "não" está bom pra você?

História dela.

O batuque era tão forte que o peito dela parecia rasgar...
Quando ouvi ao telefone que ela já não era mais só, quase saltei!
Era, definitivamente, a última notícia que esperava.
O telefone tocou tão inocentemente, como das outras vezes...
Era ela!
Ainda era a mesma!
Mas como podia?
Era tão... diferente!
O susto só não foi maior que a alegria.
Era tão feliz ouvir tamanha felicidade.
Por um momento, tive até inveja, mas era mesmo tão feliz aquilo tudo!
E foi.
Durante algum tempo, eu até esqueci que o que estava acontecendo era
tão novo pra ela quanto para todos ao seu redor.
Mas era tão... normal.

Não sei se foi o tempo, as coisas ou as pessoas.
O que eu sei é que o batuque cessou.
O telefone tocou um pouco mais que o habitual.
...

Ela é feliz.
O telefone ainda toca.
O batuque vai voltar.
Ainda tem carnaval.