Vá solidão...

Quero dizer o quanto questiono tua existência, solidão.
Sozinho, vejo as paredes me acolherem.
Sinto o aconchego dos braços do meu sofá.
O cafuné do meu travesseiro é confortante.
Sigilo meus temores dentre lençóis, pelúcias e sono.
Encontro-te de passagem, solidão.
Sou forte o bastante pra não ser tão só de querer tua companhia.
E fraca para tê-la.
Teu encontro me revela que nem existes!
Como sozinho se tenho a ti?
És desagradavelmente presente.
Quando um grande amor se vai, aqui estás.
Quando os amigos voltam pra casa, aqui estás.
Quando o telefone já nem toca, estás.
E, ainda que eu tenha tudo isso, não hesitas em me visitar.
Devo questionar se me adoras?
Apesar de tua fidelidade quero que vá.
Mas volte para me dizer como estás sem mim.
Não quero que sintas o que sinto agora, solidão.
Posso consolar-te, assim como o fez.
Mas preciso que vá.
Tenho que ir lá fora.
Sentir.
Ouvir.
Volte, solidão...
Talvez encontres a porta aberta.
Não use a tua chave, pois trocarei a fechadura.
Só me permitirei certas visitas.
Mas volte...
Volte pra mim com o mesmo desejo que te mando embora.
Nunca tive alguém que me quisesse tão bem.
Vá.
E se alguém ousar questionar tua existência direi que foste minha por inteira.

4 comentários:

Ana Mello disse...

Eu??
Não ana, a solidão ¬¬

hauheuaheuaheuaheuahuheuahe

presenciar tuas criações é ótimo. e ficam cada vez melhores xD

Marcelomelo disse...

Jlyanne naõ lhe conheço mas cofesso que é simplesmente fantástico esse teu texto referente á solidão deve me sentir na obrigação de agradecer à vida por pessoas que tem uma perspectiva tão bela acerca de um fenômeno que é a solidão! bonjour por toi!

Marcelomelo disse...

E pra não esquecer...obrigado pelo comentário feito em relação aos meus textos...os seus são muito belos ( pra não dizer especiais)bjos pra ti e felicité!rsrsr

Marcelle Sales disse...

Esse é um dos que mais gostei ^^ Que capacidade de escrever July *-* Adorei de verdadeee =D

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